Início do Retorno para o Brasil

Estabelecemos uma meta de sairmos cedo, mesmo o vôo sendo às 13 horas, precisávamos pegar o trem das 8 horas para NY. O tempo foi chegando e imprevistos foram surgindo de certo que pegamos um taxi para chegarmos a estação faltando 5 minutos para a partida do trem.

Tinhamos várias malas e isso prejudicava toda a logística para chegar no JFK. Pela internet descobrimos que havia um ônibus expresso próximo ao Grand Central para o JFK, mas não sabiamos de onde ele saia sendo assim, chegando lá tivemos que procurar. O encontramos a tempo mas nossas malas estavam tão pesadas que o motorista fez com que nós mesmos a colocássemos no ônibus. Nessas alturas o stress e desgosto já são tão grandes que ver essas ruas, essa cultura me dá desgosto de ver um povo tão individualista. Essa talvez seja uma impressão momentânea, mas tenho que retratar aqui que já estou farto desse povo monetarista e egoísta. Vendo isso, quero me tornar diferente e pensar um pouco mais no social.

O taxi, trem e ônibus expresso poderiam ser facilmente substituídos por uma limousine caso quiséssemos. Por um pouco mais de 70 dólares ela nos buscaria em casa e nos deixaria no aeroporto. Mas como disse ainda nesse blog um pouco mais embaixo, não temos dinheiro e temos sonhos que vamos cumprir. Vamos economizar o máximo, mesmo que tal traga grandes esforços e dedicação de nossa parte.

No aeroporto (gigante) procuramos a área de check-in da AA. Não foi difícil achar, foi difícil embarcar nossas malas, que tivemos que fazer um grande remanejamento de coisas e pertences para não exceder o limite de peso.

Esperar a hora de entrar no avião não foi fácil. Comi um hamburguer, não sabia mais quando iria comer, então me despedi daquele hamburguer. Um sentimento de valentia e esperança dominava nossas cabeças.

Chegando em Miami procuramos nos estabelecer perto da AA International até mesmo para facilitar a comunicação. Rapidamente ficamos extremamente conhecidos na região como os "students brazilan guys". Era só chegar em um atendente no balcão para tentarmos ir embora e outro funcionário já gritava: "já falei com eles que não tem jeito."

Não foi nada fácil superar tudo isso, mas Deus nos deu uns escape.

Enquanto Afonso tentava conversar com a AA eu vigiava as malas e assim iamos revezando. Em uma saída que dei encontrei um cara sentado no chão navegando no google e logo puxei assunto, afinal, tinha saído para procurar um ponto free de wireless (o preço cobrado no aeroporto era US$10.00 a dia). Perguntei ele como ele tinha feito as coisas e tal (em inglês claro) aí ele olha para minha camisa e pergunta: "é brasileiro?" hehehe..
depois disso chamei ele para o nosso acampamento e já tinhamos internet grátis.
O Leonardo foi para os EUA fazer um intercâmbio na NASA e conseguiu um uma passagem "hipie" da TAM, por isso ele estava esperando uma vaga para voltar pra casa.

Durante a noite, ficamos conversando e contando histórias. O intercâmbio culutural era interessante.

Coloquei no MSN a seguinte informação [acampando no Aeroporto em Miami :: aguardando vôo para casa]. E não é que deu certo? O Guilherme (amigo do Sebrae) viu a mensagem e me chamou no msn. "cara.. vc lembra do Lucas q estudou com agente? Pois o pai do cara trabalha em um aeroporto aí nos EUA."

Passou um tempo, o Lucas entra no MSN e me diz que já tinha ligado para o Pai dele e que iria me atender as 8:30h da manhã para tentar me ajudar. Ele é supervisor da Varig justamente no aeroporto onde eu estou em Miami.

Não posso deixar ninguém de fora nessa jornada não é mesmo!? A Estela (IBMS) ao ficar sabendo tb entrou em contato com o Lucas com a mesma intenção.

Estou aqui no Aeroporto desde as 17:00h. não sei quando saírei. Afonso e eu fizemos um acordo que não deixariamos o outro sozinho. Ou iriamos juntos ou tendo a garantia que o outro iria logo depois.

Estou anciosos para que o dia chege logo! Quero resolver isso o quanto antes.